domingo, 20 de setembro de 2009

Fim da exigência do diploma muda cursos de Jornalismo

Brasília - Três meses após o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar a exigência do diploma para jornalistas, uma comissão de especialistas apresentou na sexta-feira uma proposta de revisão das diretrizes dos cursos da área. As sugestões incluem o aumento da carga horária de 2,8 mil horas/aula para 3,2 mil e o estágio em veículos de comunicação (prática proibida legalmente desde os anos 1970).
O documento foi entregue ao ministro da Educação, Fernando Haddad. Depois da análise do órgão, o material segue para o Conselho Nacional de Educação. As mudanças devem ser implementadas em 2010.

“É preciso reforçar que a nossa decisão (de alterar os cursos) já havia sido tomada bem antes da decisão do Supremo. O que queremos é aprimorar a qualidade da formação oferecida pelas escolas de Jornalismo”, justificou Haddad.
O ministro disse que a área tem sido tratada com atenção, junto com os cursos de Pedagogia, Me­­dicina e Direito, que também podem passar por mudanças curriculares. “São áreas que possuem uma conexão estreita com a questão democrática do país.”
O presidente da comissão, José Marques de Melo, não comentou a decisão do STF, mas defendeu que o jornalismo precisa ser tratado como um “bem público”. “Por isso compete à universidade formar profissionais.”
Os cursos de Jornalismo existem desde 1947 no Brasil e devem passar pelas mudanças mais drásticas da história. Atualmente eles funcionam como uma habilitação de Comunicação Social (assim como Publicidade e Relações Públicas), mas a proposta de revisão prevê que eles operem de maneira autônoma.
Além disso, os professores terão independência para alterar a estrutura curricular. Segundo Melo, várias disciplinas poderão funcionar ao mesmo tempo na execução de projetos como a elaboração de jornais impressos ou programas de televisão.
“Não queremos reinventar a roda. O que pretendemos é restituir a identidade do curso de jornalismo e, com isso, valorizar o diploma”, explicou o professor.


Fonte: André Gonçalves/Gazeta do Povo

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